A primeira vez que ouvi o termo “Vibração Essencial” foi no primeiro Retiro de Leitura da Aura que fiz, o AURA 1. Lembro de como fiquei impactada com a explicação da Amelia, minha querida professora de estudos energéticos e de autoconhecimento.
A nossa “Vibração Essencial” é o fragmento mais puro de Luz que nos compõe, é como um raio de sol que se destaca no momento em que pai e mãe se encontram, no momento da nossa concepção. É a nossa essência, o som mais afinado que nosso instrumento pode tocar. Ela é única e própria, traz a semente daquilo que você veio desenvolver e compartilhar aqui na Terra.
Muitas coisas se somam à ela na constituição do seu ser: heranças, experiências cármicas e ancestrais, o sistema em que você nascerá e será criado e outros mistérios mais que não saberia descrever ou que ainda não conheci. O que somos de verdade é um constante revelar, o mistério mais profundo é sempre um lugar a ser descoberto e descortinado com o passar de cada dia, mês, ano, década, século e era.
Voltando à “Vibração Essencial”, quando a entendi, a vida passou a ter mais sentido. Saber que existe algo em mim que já é Luz, Sabedoria, Divindade, apazigua o coração, fortalece, traz confiança para encarar os desafios do caminhar. Esse conceito ressoa muito com a ideia budista de que a iluminação não é algo a ser alcançado fora, mas é algo que já está em si. O necessário e desafiador é desobstruir os caminhos internos que afastam o sujeito de vivê-la.
Reconhecer-se divino ajuda a afastar a ideia de "pecado original", da "culpa judaico-cristã", de que somos simples e intrinsecamente maus. Esse reconhecimento pode trazer confiança e alinhamento com a sabedoria da vida. Para mim, tem trazido.
Agora, se por um lado, é reconfortante e nutridor saber que há e procurar viver mais em contato com a nossa “Vibração Essencial” e com a divindade que há em nós, vejo que também é importante ser realista e lidar com o fato de que não somos só isso. Somos também feridas, dores, vazios e ignorância. Se não em essência, em humanidade. Nosso ser está em um corpo que responde às Leis da Terra, de um mundo dual, imperfeito. Esse mundo precisa ser imperfeito para que possa haver evolução. Como diz Bert Hellinger (criador das Constelações Familiares), "Só o imperfeito tem futuro”. Então, quando nascemos, saímos do paraíso da Unidade para a falta, para a dualidade, para o caos. E isso tem conseqüências. Na constituição de quem somos há marcas, dores, carmas, feridas.
Para sobreviver, reagimos a essas marcas e criamos uma personalidade, um ego, uma máscara, um padrão automático com respostas de emergências fixadas. Saber disso, evita que nos afundemos na ilusão de que somos só divindade e que vibramos no essencial o tempo todo. Não, há muito trabalho para viver em realidade, o que somos de verdade. Cada travessia é longa, é árdua, custa muito sangue, suor e lágrima, como descreve minha astróloga e mana querida, Ana Cândida, quando fala do que nos pede Saturno. Ir além da densidade dessa terra, exige disposição para se ver através dos espelhos das relações, para aguentar se ver ferindo a si mesmo e ao outro, para ver o quanto a necessidade sem fim de amor gera desamor, mágoa e ressentimento. Atravessar a sombra leva à Luz. Lembrar que somos Luz, traz coragem para encarar as sombras.
Quando vivo a conexão com a minha “Vibração Essencial”, posso experimentar o gosto da esperança, do amor e da bondade. Quando me abro para compreender o funcionamento do meu ego e do meu instinto ferido de sobrevivência, posso mapear melhor minhas necessidades reais, os processos de transformação, de cura e de integração. Também posso me conectar com a verdadeira humildade, pois me dou conta de que necessito do outro e consigo compreender melhor a dor dentro e fora de mim ao senti-la na carne. Quando me abro para esses dois aspectos, integro algo do caminho e consigo me sentir mais real, mais humana, mais inteira. A vida ganha sentido e profundidade, o que por si só já faz o caminho ser mais valioso.
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