“O primeiro chakra está localizado na base da coluna e controla todos os aspectos de ligação com a terra, segurança interna e problemas de insegurança trazidos da infância. Nossa tarefa no primeiro chakra é desenvolver as raízes naturais, com base em nossa natureza instintiva, renovada e revitalizada e capaz de desfrutar os prazeres da vida terrena. (...)
Saudável e equilibrado, o primeiro chakra aumenta a capacidade da pessoa para estabilizar e enraizar os próprios talentos e sonhos. Tomar consciência do primeiro chakra ajuda a pessoa a entrar em contato com o profundo poder de afirmação da vida, uma torrente de força vital que sustenta e jorra em forma de orgasmo por todo corpo humano.”
Isha Lerner
A partir do Primeiro Chacra acessamos o MOVIMENTO 1, cujo tema nos levar a olhar para as nossas bases, estruturas, raízes e para forma como aprendemos a experimentar sentimentos de segurança. Ao olhar para a necessidade de me sentir seguro, preciso também olhar para quais são os meus conceitos internos e crenças ligadas à noção de Sobrevivência. Aquilo que sinto como um apoio para a sobrevivência, norteará meu sentimento de segurança.
Esse ponto da Sobrevivência ligado ao tema da segurança atua em nós em vários níveis. Num primeiro nível está relacionado à sobrevivência básica, bem animal e instintiva mesmo, como:
Ter um abrigo (casa, lar) para se proteger dos perigos do ambiente externo, tempestades, ventos, frio, calor, predadores;
Nutrição: alimento para matar a fome e água para saciar a sede;
Saúde- sentir que seu corpo funciona bem e é um local que te fortalece para viver o desafio que é permanecer vivo num mundo onde somos tão vulneráveis como seres humanos.
No mundo atual, não é possível olhar para esses aspectos básicos de sobrevivência sem associá-los ao dinheiro. De fato, sem recursos financeiros, próprios, de alguma instituição ou de alguém que esteja disposto a nos dar suporte, não se torna possível criar condições mínimas para a experimentação desse pilares básicos. No entanto, se por um lado, é necessário ter dinheiro para se experimentar a sobrevivência, ter acesso a ele não garante a satisfação dessas necessidades, uma vez que é preciso dispor dos recursos mas ao mesmo tempo compreender as necessidades reais para poder supri-las e atendê-las verdadeiramente. Não fosse isso, não teríamos um número tão expressivo de pessoas, que apesar de possuírem recursos, sentem-se constantemente lutando por “sobrevivência”, se não em realidade concreta, em realidade interna, através de padrões de escassez, medo paranóico da falta, relações de exploração e ausência completa de satisfação e paz.
A partir desse ponto, entramos, então, num segundo nível da noção de sobrevivência, a psicológica. Vamos lembrar que o ser humano é um animal que não é naturalmente adaptado à natureza e que precisa recorrer à sua racionalidade para criar condições para essa adaptação e sobrevivência. Não somos só instinto, somos também pensamentos e emoções. De modo que num segundo nível a sobrevivência está relacionada a:
Necessidade de segurança através do pertencimento, que nos estimula a buscar uma adequação ao meio, que possibilitaria o direito de existir e ser protegido pela família, pela tribo, pelas autoridades. Nesse ponto entra aquilo que aprendemos como regras de civilidade, a forma como nossos pais ou as pessoas que nos criaram experimentaram a sensação de segurança no mundo e nos passaram isso, o mote cultural do que é estar seguro e garantir um bom futuro na vida; às aderências cegas aos padrões estabelecidos, às rebeldias impulsivas também em relação à esses padrões, etc...
Relacionamento com a morte. Aqui olhamos para a realidade da limitação de todo e qualquer mecanismo de sobrevivência que é sua impossibilidade de evitar a morte, ainda que possa tentar adiá-la. Se por um lado é necessário sobreviver, por outro é impossível seguir sobrevivendo para sempre. Ter consciência e se relacionar constantemente com esse fato, pode gerar uma aparente insegurança. Em contrapartida, esquecer essa realidade pode nos levar a sentimentos ilusórios de uma segurança que é impermanente e que não pode nos prometer muito mais do que o hoje, apesar de seu potencial de fertilizar também o amanhã. Ou seja, vivenciar a realidade da morte nos apoia na jornada de construir um caminho rumo a uma sobrevivência realista e, por sua vez, ignorar a realidade da morte nos dá um chão que rapidamente nos será tirado num segundo momento.
Força Vital: Segurança para além da sobrevivência
Se ao olharmos para nossa relação com a SEGURANÇA somos levados a conectar com tudo aquilo que entendemos e vivenciamos como SOBREVIVÊNCIA, o trabalho interno proposto a partir do primeiro chakra nesse MOVIMENTO não se resume a isso. Nossa segurança existe a partir da noção de sobrevivência numa primeira camada, mas é a partir da força vital criadora que nasce no primeiro chakra que posso acessar a sensação profunda de segurança. Pois se vivemos num mundo impermanente por natureza, cuja a morte será o futuro de todos, as estratégias de sobrevivência tem uma clara e inquestionável limitação. Poderemos sobreviver até um certo ponto, mas não poderemos sobreviver para sempre. Assim, para aprofundar no trabalho interno relacionado a segurança que emana desse primeiro chakra, é necessário conectar com o fluxo e a energia vital que dele brota. E isso se dá a partir do corpo, da vitalidade e da fertilidade que brota de um corpo saudável. De modo que sobreviver é importante, mas voltar a pulsar e experimentar a vida é o que ativa plenamente o primeiro chakra.
Nesse sentido, uma vez que alinhamos, esclarecemos e trabalhamos pela nossa sobrevivência, podemos dar um passo adiante e olhar para o corpo, onde está saudável, onde está doente, como está a energia vital, onde encontro nutrição, prazer, vitalidade, do que tento fugir ou o que faço para me anestesiar. Baseado no que está a minha relação com meu corpo ou a minha não relação com ele.
O elemento que rege o primeiro chakra é a terra. Estrutura, Base, Sustentação, Sobrevivência, Força Vital, Autoridade, Segurança são palavras chaves para ele.
Aqui embaixo, compartilho algumas inspirações e possibilidades para o trabalho com a SEGURANÇA INTERNA, tanto no nível físico, material e prático quando no nível interno e psicológico:
Buscar refletir, compreender e listar o que são, verdadeiramente na prática e na realidade atual, as suas bases materiais hoje. Da onde vem o seu sustento, onde você mora, como você se alimenta, como você cuida de você, da sua casa, da sua rotina, da sua saúde, como você se protege;
Perguntar-se se a forma como você cuida da sua sobrevivência está alinhada com as suas necessidades reais. Você sabe quais são as suas necessidades? A conta fecha, o alimento nutre, o corpo tem saúde, a sensação de proteção é vivenciada, sua casa te abriga bem? Se falta algo, o que falta? Se sobra algo, o que é?
Trabalho em relação ao PAI e as figuras de autoridade que constituem a sua história e a formação da sua personalidade. Quem foi seu pai? Como você introjetou ele em você? Ele te deu segurança e você aprendeu a transferir os valores dele para você? Ele não te deu segurança e você vivenciou uma sensação de desproteção que te vitimou ou te impulsionou a perseguir muitas metas para não passar por nada daquilo de novo ou você acreditou que nunca encontraria segurança em lugar algum? Como você carrega o seu pai em você? Porque consciente ou inconscientemente, tendo sido ele presente ou ausente, certamente no seu mundo interior ele segue atuando vivíssimo. Você não nasceu por acaso desse pai. Muitos aprendizados, especialmente relacionados ao tema da SEGURANÇA e dos seus alicerces, vem do encontro e da história de vocês e daquilo que você trabalhou em você e ressignificou em muitas camadas;
Trabalho em relação ao efeito que o meio e a cultura teve na sua formação. Cercado por quem você estava? As pessoas tinham sua sobrevivência garantida? Se davam conta disso? Faziam o que em relação a isso? Na cultura em que você foi criado, quais eram os mandamentos, o que você aprendeu? Daquilo que você aprendeu, o que segue fazendo sentido para você e o que você já viu na prática que não funciona ou não faz sentido mais para você? Quando olhamos para esse tema da segurança, sempre há a necessidade de se realizar alguma atualização. Aquilo que aprendi que era seguro, ainda é, de fato, o que me traz segurança?
E com essas provocações vou finalizando esse texto. Acredito que boas perguntas e reflexões valham muito mais que respostas certeiras e fechadas em si. Abrir, mover conceitos e verdades, questionar crenças e “desorganizar” as idéias, muitas vezes é um importante passo inicial que pode nos levar a encontrar uma nova organização mais compatível com o nosso tamanho atual e necessidades reais e que, ao mesmo tempo, nos abre espaço para poder sentir, antes de sair correndo atrás do que quer que seja.
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****No sábado dia, 23/05 das 10h as 12h (horário de Brasília) vai acontecer via zoom um encontro em que vamos trabalhar, através de uma MEDITAÇÃO guiada, da LEITURA DA AURA EM GRUPO e de um trabalho de integração final, a energia do primeiro chakra.
São 12 vagas para esse encontro de 2h e o valor para participar é de R$35.
Link da Inscrição e Mais informações: (LINK) .
Se você sente o chamado, mas o valor é um impedimento para você participar, entre em contato comigo e vamos conversar.
****E para fechar o ciclo, no domingo dia 24/05, vai rolar uma RODA TERAPÊUTICA sobre a relação entre segurança e a figura paterna. Como você carrega o seu pai em você? Trabalharemos sobre as questões que levantei no MOVIMENTO 1, através de dinâmicas terapêuticas e de uma conversa fértil. São 12 vagas, o valor de Contribuição é de R$35 e o encontro dura 2h. Link da Inscrição e Mais informações: (LINK)
Se você sente o chamado, mas o valor é um impedimento para você participar, entre em contato comigo e vamos conversar.
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Esse tema mexe com você? Você é sempre bem vindo a compartilhar suas reflexões comigo por email: caminhosdecrescimento@gmail.com
Seguimos!
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